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Depoimento: Mariana Lima

Conheci o trabalho da Dra Lu pela assistência ao parto de uma grande amiga. Por sincronicidade ouvi uma conversa dela com a doula sobre um assunto recorrente no consultório e que era uma questão pra mim há anos. Meu radar apitou: “Opa! Taí alguém que pode me ajudar”! Marquei a consulta e de cara curei um trauma que nem me dava conta de que tinha: na adolescência fui muito mal assistida por uma ginecologista que na época não teve condições de acolher a questão que eu trazia, relacionada ao início da vida sexual. Senti com a Lu um ambiente acolhedor pra levar essa questão, que há anos eu vinha tratando em outros âmbitos terapêuticos, mas não junto à medicina. O tratamento homeopático foi super bem sucedido e fiquei feliz da vida! Um tempo depois engravidei e iniciamos o pré-natal. Eu estava feliz e ao mesmo tempo assustada. Embora sempre quisesse ser mãe e a gravidez tenha acontecido de forma fácil e rápida, foi assustador me deparar com todas as inseguranças que vieram junto com a gestação. A homeopatia foi fundamenta pra lidar com esse momento e todo o processo que se desenrolou a partir daí. Com 7 semanas descobrimos que o bebê não tinha batimentos cardíacos. Ouvi várias vezes que isso é muito comum na primeira gestação. Pode até ser, mas o fato de ser comum não o faz menos impactante. Não o fez pra mim, pelo menos. Optamos, eu, meu marido e ela, por não fazer a curetagem e aguardar meu corpo processar a despedida. Semanalmente nos encontrávamos os três, e ela nos orientava sobre os procedimentos de estímulo, enquanto nos ajudava a lidar com as emoções que emergiam. Fiz vaporizações, tomei chá, fiz ultrassonografias para acompanhar e, claro, homeopatia. Uma coisa que me chamou muito a atenção foi a forma totalmente diferente de ser examinada que eu nunca tinha visto nem ouvido falar. Pra mim foi revolucionário olhar para minha vagina através do espelho num ângulo inédito, ser eu mesma quem introduz o “bico de pato” no canal vaginal, poder ver o colo do útero... Nossa! Que diferença! Quanto respeito ao meu corpo e quanto autoconhecimento essa experiência pode proporcionar! Voltando ao processo, algumas semanas depois, na virada da Lua Nova, enfim meu corpo expeliu o embrião de forma totalmente natural. Foi muito importante pra mim ter esse tempo respeitado. Foi o tempo que precisei pra elaborar aquele luto. Meu útero me presenteou com a placenta e o saco gestacional intactos e ali pude entrar em contato direto com minha natureza animal. Sim, sou fêmea, bicho mulher que gestou e pariu aquele ser no tempo que ele precisou passar por aqui. Essa experiência despertou em mim um profundo amor pelo meu útero, pela natureza criadora desse órgão que até outro dia eu sequer lembrava que existia. Foi por terra toda a implicância que eu tinha com o tal do “sagrado feminino”. Sim, somos sagradas. Sim, entrar em contato com essa natureza selvagem despertou muito em mim. Esses dias veio a primeira menstruação depois do aborto. Outro presente! Um sangue vivo, fluido, puro renascimento! Como é bela a capacidade regeneradora dos nossos corpos. Por sorte tive a oportunidade de devolver meu sangue pra terra na natureza pela primeira vez. Sou grata a Dra Lu pelo acompanhamento, acolhimento, orientação. Sou grata por proporcionar esse espaço sagrado e profundo onde podemos ser mulheres vivas em mão dupla. Ela se permite ser vista, e na mesma medida, me exponho, em confiança. Muito grata eu sou pelo que vivemos juntas, Lu! Por ter sido do jeito que foi sinto que vivi tudo que precisava, a experiência foi totalmente integrada e posso seguir em frente. E que venha mais um serzinho :)

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