Março Lilás - Mês da Prevenção do Câncer de Colo Uterino
O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção persistente de alguns tipos do Papilomavírus Humano - HPV (oncogênicos). A infecção genital por esse vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer.
O risco de desenvolver o Câncer de Colo do Útero aumenta em caso de: início precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros ao longo da vida; tabagismo (a doença está diretamente relacionada à quantidade de cigarros fumados); e uso prolongado de pílulas anticoncepcionais.
A transmissão da infecção ocorre por via sexual - vaginal, anal, da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal. O uso de preservativos (camisinha masculina ou feminina) durante a relação sexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV.
O Ministério da Saúde oferece a vacina para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Essa vacina protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Os dois primeiros causam verrugas genitais e os dois últimos são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero.
O câncer do colo do útero é uma doença de desenvolvimento lento, que pode não apresentar sintomas em fase inicial. Nos casos mais avançados, pode evoluir para sangramento vaginal intermitente (que vai e volta) ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais.
O exame preventivo do câncer do colo do útero (Papanicolau) é a principal estratégia para detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico precoce da doença. O exame pode ser feito em postos ou unidades de saúde da rede pública que tenham profissionais capacitados ou em consultórios particulares, com sua ginecologista. Sua realização periódica permite reduzir a ocorrência e a mortalidade doença.
O exame preventivo é indolor, simples e rápido. Pode, no máximo, causar um pequeno desconforto. Para garantir um resultado correto, a mulher não deve ter relações sexuais (mesmo com camisinha) no dia anterior ao exame; evitar também o uso de duchas, medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores à realização do exame. É importante também que não esteja menstruada, porque a presença de sangue pode alterar o resultado.
Toda mulher que tem ou já teve vida sexual e que estão entre 25 e 64 anos de idade deve fazer o preventivo. Devido à longa evolução da doença, o exame pode ser realizado a cada três anos. Para maior segurança do diagnóstico, os dois primeiros exames devem ser anuais. Se os resultados estiverem normais, sua repetição só será necessária após três anos.
Se o seu preventivo acusou: - negativo para câncer e foi seu primeiro resultado negativo, você deverá fazer novo exame preventivo daqui a um ano - se você já tem um resultado negativo no ano anterior, deverá fazer o próximo exame preventivo daqui a três anos; - infecção pelo HPV ou lesão de baixo grau, você deverá repetir o exame daqui a seis meses; - lesão de alto grau, o médico decidirá a melhor conduta e você precisará fazer outros exames, como a colposcopia; - amostra insatisfatória, a quantidade coletada de material não foi suficiente para fazer o exame, então você deve repetir o exame logo que for possível.
Em caso de preventivo alterado, o seguimento diagnóstico e o tratamento para cada caso deve ser avaliado e orientado por um médico. Pode ser necessária a realização de outros exames, como: colposcopia e biópsia em caso de preventivo alterado. Entre os tratamentos para o câncer do colo do útero estão a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. O tipo de tratamento dependerá do estadiamento (estágio de evolução) da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade da paciente e desejo de ter filhos. Se confirmada a presença de lesão precursora, ela poderá ser tratada a nível ambulatorial, por meio de uma eletrocirurgia.
Vale lembrar que a meta do SUS é vacinar pelo menos 80% da população alvo para alcançar o objetivo de reduzir a incidência deste câncer nas próximas décadas no país. A vacinação e o preventivo se complementam como ações de prevenção deste câncer. Mesmo as mulheres vacinadas, quando alcançarem a idade preconizada, deverão realizar o preventivo, pois a vacina não protege contra todos os subtipos oncogênicos do HPV.
Sinto de reiterar que, depois de uma longa e amorosa conversa com uma amiga-irmã, compartilho o meu respeito à decisão livre e esclarecida de cada Mulher Viva de fazer mais ou menos exames ao longo de sua vida, em seu corpo - acolho e honro a autonomia feminina diante de informações de qualidade!
Sigamos unidas e livres!
Fonte:
Comments