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Relato de parto Annelys

Encanta-me a diversidade de como acolhemos nossas vivências, como ressignificamos nossas histórias, como tudo que está dentro e fora de nós nos afeta e agrega... E haja coração para dar conta de tantas vidas, experiências e emoções!

Eu não tenho palavras para expressar tudo o que vivemos juntas desde a concepção ao parto de Serena, menos de 2 anos depois do nascimento de Aurora, com pródromos prolongados, depois de iniciar indução natural com 42 semanas, de uma bebê incrível, macrossômica, serotinidade, iteratividade, cesárea prévea recente, que teve parada de progressão de parto numa pelve maravilhosa e um útero com contrações maravilhosas... ai, ai, tantos segredos entre o Céu e a Terra!

Honro-te profundamente, Annelys! Seu carinho em tantos momentos juntas, nossa sororidade após a frustração e o luto do parto idealizado, eternizado na segunda foto, que podemos sentir ao ver! E esse sorriso no auge de uma contração potente que só você é capaz! Sorriso de euforia por ter entrado em fase ativa de trabalho de parto, depois de tanto esperar, registrado na primeira foto com nossa querida EO Bruna. Nossa Serena linda, super bochechuda na terceira foto... E o sentido de tudo na quarta foto. início, meio e fim!

Segue o relato de parto da Mulher Viva - minha irmã espiritual Annelys:

Relato de Parto nascimento de Serena, 5 de Abril de 2019

Ter um parto normal sempre foi pra mim uma coisa normal, mas nunca pensei que pra mim fosse ser tão desejado e tão utópico.

Minha primeira filha já havia nascido de cesárea, por diversos motivos reais que não me permitiram pari-la por parto normal. Mas para a segunda gravidez ainda havia esperança, apesar de já estarmos na 42º semana e nenhum sinal de começar o trabalho de parto.

Tomei litros de chá de canela, acupuntura, tudo que eu tive acesso e foi indicado para iniciar os trabalhos para o nascimento do baby, até que uma noite tivemos as primeiras contrações.

Que alegria, que emoção, eu ia enfim trazer meu baby ao mundo. Só que ainda não. Madrugada inteira monitorando as contrações pelo aplicativo e ainda não havia ritmo para a dança do parto.

No dia seguinte fomos até o consultório da Dra. Lu, ela me tranquilizou, tudo certo, monitorando o baby por meio dos exames necessários. Mas acho que o trabalho maior deveria ser da minha mente, não sei. Fiz uma consulta com o Moyses para libertar meus paradigmas do subconsciente. Questões da infância e coisas que desde a adolescência eram ditas como certas, foram reinventadas dentro de mim.

Só sei que eu não queria mais voltar para Niterói, já tendo decidido que iria parir no Rio, lá ficamos. Fomos para a pracinha, conversei com as árvores, com os patos, com os pombos e perguntei pra eles por que eu não poderia parir como eles, de forma normal já que meu corpo de Mulher foi feito pra isso. Mas eles não me responderam naquele momento.

Fomos para a Maternidade na quarta-feira a noite, contrações fracas. Mais acupuntura com o Luís, que viu apenas pela minha pulsação que meus ligamentos estavam frouxos para começar a contrair.

No dia seguinte, passamos um dia de recreação, se é que podemos chamar assim, nada aconteceu no quarto da maternidade. Dancei a dança da grávida. Joguei joguinhos para passar o tempo. Fiz exercícios com a Bruna, que me acompanhou o tempo todo. E assim mais um dia.

Já na sexta-feira de manhã, meu tampão mucoso saiu e foi só alegria. Uhul, até que enfim! Agora é a hora. Só que a vida traz pra gente as maiores surpresas. E a vida nos ensina aquilo que precisamos aprender. Superação dos nossos medos. Enfrentamento do nosso lado imperfeito. Os testemunhos de fé na Vontade Divina. E novamente entendi que o que iria acontecer comigo estava totalmente fora do meu controle. Só eu mesma, na minha cabeça de mamão macho pra achar que eu tenho capacidade de controlar as coisas que são incontroláveis.

Só sei que depois de induzir o trabalho de parto com ocitocina e já estar contraindo até minha barriga encostar nas costas, o bebê não nascia. Com o apoio total do meu marido e da equipe médica, chamei pelo Dr. Bezerra de Menezes, pelo Chico, pela nossa mãe Espiritual Maria de Nazaré e, por fim, chamei por Jesus. Queria saber o que estava acontecendo, porque com a força que eu fazia pra mim já teria parido umas dez crianças.

Só que aí a Dra. Lu viu que na verdade eu não estava tendo passagem, meu baby tinha crescido demais, afinal nasceu com 4,6kg. Uma bebezona. Linda. Maravilhosa. Poderosa. Já nasceu estreando.

Só sei que no fim das contas meu tão sonhado parto normal ficou pra próxima. Pra próxima encarnação quem sabe. Não por falta de vontade minha. Não por falta de apoio e incentivo da Dra. Lu. Não por falta de estrutura física ou emocional para parir. Mas por determinação Divina. Pelas circunstâncias do Universo. Pelas necessidades que só a Vida sabe e só a Vida impõe.

As árvores, os patos e os pombos, nossos irmãos de criação, simplesmente são. Nós, mulheres, Seres Womanos, complexos por excelência, feitos à imagem e semelhança de Deus, trilhamos os caminhos da evolução, do átomo ao arcanjo. Uma caminhada de aprendizado, pelo amor e pela dor, que nos fazem sofrer pelas imperfeições que carregamos conosco. Até que um dia alcançaremos a perfeição relativa, onde não mais haverá sofrimento.

E foi assim que na mesa de cirurgia Serena nasceu. Enquanto eu cantava para me acalmar. Acalmar a frustração no meu peito de não ter parido minha filha de parto normal. De novo.

“Amigo, brilha o Sol além da sua janela. Perceba ao seu redor, o quanto a vida é bela. Acenda em você, o brilho que dormita. Liberte as asas, voe, ao encontro do mais Puro Amor. Abrace o Infinito. Desperte para a Luz. Deixe o Amor brotar. Frutificar de vez, que a Vida é muito mais. Depende de você querer acreditar, que pode ser feliz e enfim se libertar”.

Gratidão!

Abraços,

Annelys M. Schetinger


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