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Prevenção do Câncer de Colo de Útero


Essa semana um grupo de amigas solicitou que eu falasse sobre o câncer ginecológico mais comum entre as mulheres no mundo: o câncer de colo de útero, que é o terceiro tumor mais frequente na população feminina, atrás do câncer de mama e do colorretal, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Pretendo aqui, trazer informações de fácil compreensão e mostrar como é possível prevenir-se.

O câncer do colo do útero é um tumor (multiplicação anormal das células) que se desenvolve na parte inferior do útero, chamada "colo", que fica no fundo da vagina e está associado à infecção persistente do vírus HPV (Papilomavírus Humano), especialmente os subtipos 16 e 18. A infecção pelo HPV é frequente na população, mas a maioria das infecções pelo HPV é eliminada naturalmente pelo organismo. Em alguns casos, as infecções se mantêm e podem evoluir para o câncer do colo do útero.

A transmissão do vírus se dá por contato direto com a pele ou mucosa infectada. A principal forma é pela via sexual. Assim, o contágio pelo HPV pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal. Não está comprovada a possibilidade de contaminação por objetos, uso de vaso sanitário e piscina, compartilhamento de toalhas e roupas íntimas. A infecção pelo HPV é fator de risco para o desenvolvimento de outros cânceres, como de vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca.

A vacinação e o exame Papanicolaou se complementam como ações de prevenção desse câncer. A orientação do Ministério da Saúde é que meninas de 9 a 13 anos sejam vacinadas, e mulheres façam o exame preventivo a partir dos 25 anos. A vacina contra o HPV e o exame Papanicolaou devem estar disponíveis na unidade básica de saúde mais próxima de sua casa. Não existe tratamento para eliminar o vírus HPV. O tratamento é apenas para curar as lesões precursoras do câncer do colo do útero, que são causadas pela infecção persistente pelo HPV.

O exame preventivo é simples e rápido - coleta do material do colo do útero por meio de espátula e escovinha. Pode, em alguns casos, causar apenas um pequeno desconforto. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse exame é a principal estratégia para o rastreamento do câncer do colo do útero, ou seja, para detectar precocemente lesão pré-cancerosa, antes que a mulher desenvolva o câncer. Eu sugiro que seja realizado a partir do início da vida sexual ativa.

A repetição um ano após o primeiro exame tem como objetivo reduzir a possibilidade de um resultado falso-negativo (resultado negativo incorreto). A periodicidade de três anos tem como base a recomendação da OMS e as diretrizes da maioria dos países com programa de rastreamento organizado do câncer do colo do útero. A história natural da doença geralmente apresenta um longo período de lesões precursoras, sem sinais ou sintomas, sendo curáveis, na quase totalidade dos casos, quando tratadas.

Para o desenvolvimento do câncer do colo do útero é necessária a infecção pelo HPV, mas há fatores que aumentam o risco de desenvolver a doença. São eles: tabagismo, multiplicidade de parceiros sexuais e multiparidade (três ou mais partos). Além desses, outros fatores, como a iniciação sexual precoce e o uso de contraceptivos orais, aumentam o risco para o desenvolvimento do câncer do colo do útero. Doenças relacionadas à imunidade, como infecção pelo HIV e lúpus, também têm relação com esse câncer. A maioria das infecções por HPV em mulheres com menos de 30 anos regride

espontaneamente. Acima dessa idade, a persistência da infecção é mais frequente.

Fontes Bibliográficas

Ministério da Saúde; INCA; DATASUS; Tratado de Ginecologia - Williams.

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